quinta-feira, 4 de março de 2010

Quem são seus heróis?

      Depois de nove edições o Big Brother Brasil 10 resolveu apelar: se não bastasse as novelas globais apresentarem conteúdo de sexo e nudez, principalmente no horário nobre, a produção escolheu a dedo todos os participantes do programa. Divididos entre coloridos, cabeça, sarados, ligados e belos, eles tentam a cada dia protagonizar cenas da vida real.
      Choro, gritos, gargalhadas e brigas, tudo isso se misturam na casa de luxo e no “puxadinho”. Heróis. É assim que o jornalista e apresentador Pedro Bial conversa ao vivo com os confinados, os mesmos que durante o programa aproveitam festas, comem bem, quando falam sobre sexo, uma porta abre-se e eles ganham bebidas alcoólicas e ainda disputam pelo prêmio de R$ 1 milhão e meio. Estes são os heróis idolatrados pelo jornalista.
      Dourado, Disésar, Morango, Lia e Serginho. Esses nomes tornaram-se tema de assuntos do dia em rodas reais e virtuais. Estes são apenas cinco dos dez participantes do reality show BBB 10. Enquanto isso, cerca de 190 milhões de brasileiros são verdadeiros heróis, que trabalham oito horas por dia, e sustentam sua família com R$510 reais, ou aqueles que tem as calçadas das ruas como lar.
      A demanda por informações sobre o “BBB” movimenta a internet de forma significativa e vai além do site oficial, que superou, de acordo com Ibope, 7,9 milhões de visitantes únicos em janeiro. A mobilização em torno do programa chegou ao ponto de um comerciante por meio de seu blog, oferecer R$ 50 mil para quem ajudasse a eliminar o lutador, Marcelo Dourado do programa.
     Amem ou odeiem o Big Brother, ele se tornou o mais bem-sucedido exemplo de como a relação do assistente com a TV e a Internet está em transformação. Convergências de mídias, interação e mobilização pela web, antes aceitadas muito debatidas e pouco observadas, são algumas das palavras de ordem dessa virada.

Auto de Natal

  É noite do dia 24 de dezembro, seu José se prepara para mais um auto de natal. Com sua fantasia vermelha e seu pesado chapéu colorido de fitas, miçangas, brilho, lantejoula e pequenos espelhos, que imitam igrejas, palácios e catedrais, ele se enfeita para celebrar o natal.


  Os homens usam calções e meias brancas bem longas, imitando as roupas dos nobres e reis da corte, as mulheres usam vestidos com acessórios referentes a seus personagens, tudo isso compõe o visual das apresentações deste folguedo popular alagoano.

  Uma espécie de bobo da corte, denominada por seu José de Mateus, composta por mais de dez homens anunciam durante o dia onde e quando acontecerá o folguedo e o nascimento de Jesus; já à noite os Mateus vestem roupas alegres e abrem a roda ou a dança do boi. Rei, Rainha, Lira, Índios Peri e seus vassalos.


  É chegada a hora, seu José começa a tirar embaixadas e seus olhos brilham como os de uma criança feliz, as embaixadas entoadas pelo mestre são rebatidas pelos Mateus e faz peças de cantoria com a ajuda dos figurantes, que são contagiados com a alegria ao redor, “Guerreiro cheguei agora, Nossa Senhora é nossa guerreira”. As fitas dos chapéus dos personagens são refletidas no espelho começando a se agitar e fundir suas cores.

  Com uma seqüência de músicas poli-rítmicas, em formas binárias, ternárias e quaternárias, representam marchas e falsas. A harmonia é bem simples e fica por conta da sanfona, os pífanos, os tambores e os acordeons agitam a dança, seu o mestre José canta e roda sem parar.