quinta-feira, 4 de março de 2010

Auto de Natal

  É noite do dia 24 de dezembro, seu José se prepara para mais um auto de natal. Com sua fantasia vermelha e seu pesado chapéu colorido de fitas, miçangas, brilho, lantejoula e pequenos espelhos, que imitam igrejas, palácios e catedrais, ele se enfeita para celebrar o natal.


  Os homens usam calções e meias brancas bem longas, imitando as roupas dos nobres e reis da corte, as mulheres usam vestidos com acessórios referentes a seus personagens, tudo isso compõe o visual das apresentações deste folguedo popular alagoano.

  Uma espécie de bobo da corte, denominada por seu José de Mateus, composta por mais de dez homens anunciam durante o dia onde e quando acontecerá o folguedo e o nascimento de Jesus; já à noite os Mateus vestem roupas alegres e abrem a roda ou a dança do boi. Rei, Rainha, Lira, Índios Peri e seus vassalos.


  É chegada a hora, seu José começa a tirar embaixadas e seus olhos brilham como os de uma criança feliz, as embaixadas entoadas pelo mestre são rebatidas pelos Mateus e faz peças de cantoria com a ajuda dos figurantes, que são contagiados com a alegria ao redor, “Guerreiro cheguei agora, Nossa Senhora é nossa guerreira”. As fitas dos chapéus dos personagens são refletidas no espelho começando a se agitar e fundir suas cores.

  Com uma seqüência de músicas poli-rítmicas, em formas binárias, ternárias e quaternárias, representam marchas e falsas. A harmonia é bem simples e fica por conta da sanfona, os pífanos, os tambores e os acordeons agitam a dança, seu o mestre José canta e roda sem parar.

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