Crianças estão utilizando internet cada vez mais cedo. Especialistas alertam para os riscos da ferramenta em crianças e adolescentes.
Dez entre dez crianças e adolescentes tem como brinquedo favorito o “computador”, que tem como uma forte aliada a internet. Porém há um universo de possibilidades de acesso, entre eles os sites de conteúdo impróprio, que os pais tentam ter o controle do que os filhos devem ou não acessar.
De acordo com pesquisas divulgadas a média de acesso em outros países é de cerca de 6 horas por semana. Já os brasileiros lideram na lista de crianças que passam mais tempo on-line, passando em média 18 horas semanais.
Para afastar os adolescentes do computador, o Estado do Mato Grosso do Sul aprovou uma lei que proíbe os menores de 16 de entrarem em lanhouses e casas de jogos.
Em Alagoas, mesmo sem uma pesquisa sobre o tema, é possível perceber que a internet faz parte da rotina dos pequenos. Com apenas cinco anos, Lucca Costa Paes já é fera no computador. Navega em sites, participa de jogos on-line e por incrível que pareça, não consegue mais viver sem computador.
De acordo com a mãe do menino, Luana Paes, está sendo muito difícil controlar o filho, e que ela tem que muitas vezes obrigar ele ir brincar com os amigos. Ela conta que chegou a tal ponto que na ausência do computador e do vídeo game, a saída que ele encontrava estava nos jogos do celular.
“É muito complicado, principalmente por ele ser muito novo. Perdi as contas de quantas vezes obrigo ele a brincar com os amiguinhos no condomínio. Quando percebi que ele estava deixando as brincadeiras de lado, comecei a ficar no pé. Até o celular eu tive que controlar, porque ele jogava muito”, afirmou a mãe de Lucca, Luana Paes.
Família
De acordo com a psicóloga Silvana Barros, os valores da família estão se dissolvendo, e que para uma criança é mais fácil ficar viciado em jogos eletrônicos que uma pessoa adulta.
“Os papéis estão trocados. As famílias estão se acomodando. Com a ausência da família as crianças e adolescentes buscam o que falta em casa na internet, fazem amigos, chegam a tal ponto de não sabe discernir o real do virtual”, afirma a psicóloga Silvana.
Ela ainda fala que o que estamos presenciando é um fenômeno da hiperealidade, ou seja, uma realidade acelerada, as crianças e adolescentes estão cada vez mais buscando nos jogos eletrônicos na ausência dos pais.
“É falta de família. Hoje os pais trabalham o dia todo e não tem tempo para os filhos. Quando tem um tempinho, devido a correria do dia a dia, ele não tem paciência e é mais cômodo deixar os filhos com a tecnologia”, frisou a psicóloga Silvana Barros.
Brincadeiras infantis
Antigamente as crianças brincavam nas ruas, os pais não se preocupavam tanto, hoje não mais espaço para as brincadeiras infantis, correr, jogar bolar, pular amarelinha, jogar bola de gude.
Os pais se sentem mais confortáveis com os filhos em casa, eles alegam que o mundo está muito violento e que com a internet e os jogos eletrônicos eles possuem uma garantia que os filhos irão ficar bem.
“Na minha época era diferente. Eu saia pelas ruas, não me preocupava com violência, na verdade eu nem sabia o que era. Hoje nem esse espaço eu vejo para que meus filhos possam brincar. Só deixo eles brincarem na área de lazer do condomínio, mas na rua fica impossível”, afirma a funcionária pública Maria das Neves.
Para os pais é muito difícil admitir que as crianças não estão tendo infância, mas a única que eles encontraram de afastar os filhos da violência das ruas, é a entrada do mundo virtual na vida dos pequenos.
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