O Grupo União Espírita Santa Bárbara não difunde apenas a Umbanda, há sete anos o Centro realiza trabalhos de inclusão social na comunidade
“Nessa cidade todo mundo é D'Oxum. Homem, menino, menina, mulher. Toda gente irradia magia... A força que mora n'água não faz distinção de cor...”. É com essa música, interpretada por Gal Costa e de autor desconhecido, que podemos definir a filosofia de trabalho do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), criado pela Yalorixá Mãe Neide de Oya D’Oxum, onde dinfunde a Umbanda e ajuda na formação e inclusão de crianças e adultos do bairro do Village Campestre II.
O trabalho social realizado com moradores da comunidade é fruto dos esforços da Mãe Neide, dona do terreiro e responsável pelos cursos e oficinas culturais realizados no local. Há sete anos o Projeto Inaê, hoje “Centro de Formação e Inclusão Social”, tem a finalidade de desenvolver ações voltadas para melhoria da qualidade de vida das crianças, adolescentes e adultos do Village Campestre II. O projeto realiza atividades, como capoeira, teatro, percussão, curso de cabeleireiro, culinária, dança afro-brasileira e corte costura. O que chama a atenção é que o atendimento não é apenas para as crianças, mas também para os pais, possibilitando uma capacitação profissional e inclusão no mercado de trabalho.
O projeto, também batizado de Filhos de Zumbi, interfere e transforma a vida dos participantes, a relação com a comunidade, as oportunidades que foram criadas e que levam em consideração a afirmação, o conhecimento e a vivência da cultura afrobrasileira. São 20 instrutores e colaboradores, divididos nos três turnos, que estão envolvidos com esses cursos e oficinas. Todo conhecimento passado nas aulas tem contribuído para melhorar a autoestima, a autoafirmação da população carente da localidade.
O Guesb, além de contar com recursos próprios da venda dos produtos confeccionados nas oficinas, recebe uma verba mensal do Ministério da Cultura através da Fundação Palmares. Uma das finalidades do grupo é divulgar a cultura afrobrasileira, assim como combater o preconceito e a discriminação contra as religiões de matriz africana. Os 138 participantes, entre crianças, adolescentes e adultos, realizam atividades diariamente no Centro. Recentemente o Guesb recebeu uma doação de dez computadores, ajudando assim no aprendizado dos componentes.
Passeio turístico
O Guesb criou há quatro anos o passeio turístico com o objetivo de divulgar a cultura afro e mostrar a história dos negros no Brasil, além de expor para os visitantes a histórias dos orixás e espíritos dos antepassados. Já na gastronomia, os turistas conhecem um pouco da culinária com um belo café regional, servido na casa de farinha que tem no espaço cultural. “A tapioca e o café no bule são feitos na hora. Aqui eles têm a oportunidade de conhecer uma casa de farinha, fogo à lenha, panela de barro, elementos usados pelos negros”, conta mãe Neide.
O espaço conta ainda com uma sala de atendimento médico. Há dois anos, através de doações de colaboradores, a área da saúde foi equipada e hoje conta com um clínico geral para atender as pessoas da comunidade. Além dos remédios gratuitos que o Grupo consegue através das instituições locais, turistas de outros países contribuem com doações de medicamentos. Também são realizadas sessões de acupuntura, palestras sobre drogas e prevenção do câncer de mama.
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