segunda-feira, 4 de julho de 2011

“Estamos passando fome”, afirmam artesãos do Guerreiros de Maceió

Depois de verem sua vendas caírem cerca de 95%, os artesãos do Espaço Guerreiros de Maceió já pensam em fechar as barracas e tentar outro meio de sobrevivência. Com a mudança do Jaraguá para o espaço cedido pela prefeitura na Praça Sinimbú, os artesãos reclamam que investiram mais de 70 mil para deixar a nova estrutura pronta e não estão tendo retorno, além das empresas de turismo não levarem o turista para conhecer o artesanato, por conta dos manifestantes do Movimento Sem Terra, que estão há quase três meses acampados ao lado do espaço.
Os artesãos reclamam que, desde o incêndio ocorrido no antigo Cheiro da Terra em dezembro de 2005, a maioria ainda não conseguiu se recuperar totalmente dos prejuízos. “Nós perdemos tudo, foi muito dinheiro que investimos. Quando estávamos no Cheiro da Terra, a visibilidade era maior, os turistas sempre estavam lá, sem falar no pessoal da terra que sempre marcava presença”, frisou a presidente da Associação dos Guerreiros de Maceió, Margarida da Silva.
Outra reivindicação é que as empresas de turismo, não estão mais trazendo os turistas para conhecer o artesanato local. Alguns alegam que a vista não agrada, principalmente, pelo fato de que os artesãos estão dividindo espaço da Praça Sinimbu com o Movimento dos Sem Terra (MST).
“Tem mais de dois meses que os Sem Terra estão acampados na Praça. Esse filme já é velho eles vão e voltam, entra e sai mandato e ninguém consegue resolver o problema. Muitos artesãos não têm nem a passagem para voltar para casa, ficam pedindo a um e a outro. Mendigando o próprio sustento”, desabafa a vice presidente da Associação dos Guerreiros de Maceió, Aparecida Rossato.
A categoria reclama que falta “boa vontade” do poder público para que um local adequado seja encontrado para a comercialização do artesanato.
“Esse não é o melhor local para o nosso artesanato. Não é brincadeira, estamos passando fome e ninguém olha por nós. Deveriam valorizar o que é da terra”, frisou Aparecida Rossato.
Resposta
De acordo com o secretário de Articulação Políticia da Prefeitura de Maceió, Pedro Alves, os artesãos foram despejados pelo Ministério Público Federal, que entendeu que a área de Orla de Maceió, pertence à União, e que a prefeitura não pode fazer nada para contornar o impasse.
O secretário falou ainda que a Praça Sinimbú não é local definitivo, mas é o que foi possível para alocar os artesãos. Como a Praça é um local público, seria necessário entrar com um processo de licitação para que o espaço fosse de direito deles, mas não é possível, uma vez que teria que abrir espaço para todos.
O Instituto do Patrimônio Histórico de Alagoas (IPHAN) apresentou um projeto arquitetônico à Prefeitura de Maceió para que os artesãos fossem encaminhados aos galpões de Jaraguá, mas até o momento foi apenas uma conversa e não tem nada acordado.
Para o superintende da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU), Galvaci de Assis, os artesãos precisam ainda pagar uma taxa de pagamento do uso do solo, no valor de R$30,00 a ser recolhido à SMCCU.
Segundo Galvaci de Assis, todo o ambulante e comerciante que utiliza o espaço público, precisa fazer o pagamento mensalmente. “Desde o rapaz que vende pipoca às tapioqueiras na Orla, precisam pagar essa taxa, e inclusive tem oito barracas do Guerreiros de Maceió que dentro de alguns dias serão lacradas por não pagar essa taxa”, finaliza Galvaci.
 

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