sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sexóloga alagoana alerta: “Os pais devem falar sobre sexo com os seus filhos”

A adolescência chega e muitas vezes com ela vêm as primeiras experiências sexuais. Nem todo mundo sabe, porém, que o despertar da sexualidade não tem a ver com a genitalidade, que é comum nesta fase da vida. Quando o ser humano nasce, já começa a desenvolver sua própria sexualidade.
Contudo, a sociedade erotizou o sexo, incentivando maciçamente sua prática e com isso, as crianças perdem o seu referencial. Muitas pessoas, por ignorância, acreditam que no sexo há um risco constante de contrair doenças e gravidez indesejadas. Mas, se esse assunto for tratado de maneira aberta em casa, pais e filhos podem ter um relacionamento melhor e com mais confiança.
Para a psicóloga Zoelma Lima, hoje em dia os jovens estão se interessando mais cedo por sexo, não só pela influência da mídia, mas por vários outros motivos. “É da natureza do homem se interessar por sexo. Mas, a criança desde pequena pode aprender a lidar com isso em casa, com os pais orientando. No futuro, elas se sentirão mais seguros para tirar qualquer dúvida com os pais”, afirmou a socióloga.
Zoelma conta ainda, que a sexualidade precisa ser ensinada na escola, porque as crianças têm que aprender a cuidar do próprio corpo. “Quando a criança aprende a cuidar do corpo ela também aprende a se defender de abusos, da pedofilia. Ela não deixa que ninguém a toque. Então, é preciso que os pais tirem as máscaras e percebam que estamos no século XXI. Não dá mais para o pai fingir que não sabe que o filho pratica sexo e o filho que os pais não sabem”, relata Zoelma.
Ela lembra ainda, que os jovens não querem apenas falar sobre as doenças sexualmente transmissíveis, ou do uso da camisinha. “Os jovens querem falar do mor, do afeto, e nada melhor que eles falem sobre isso em casa. Os adolescentes estão mais precoces e a mídia de certa maneira influencia, mas os jovens precisam saber o que é o sexo, nada melhor que eles aprendam no convívio dos pais”.
Família
A empresária Solange Gomes, mãe de Gabriel, 12, conta que desde cedo começou a falar sobre o assunto com o filho. “Desde cedo eu comecei explicando para ele que a mulher é diferente do homem. Acredito que as escolas poderiam não apenas falar sobre as doenças, mas explicar. Porém, há muitos pais com a cabeça fechada, e por isso os filhos são pais cedo, se envolvem com drogas, porque não há conversa”, disse a empresária
Já os pais Lucas e Gabriela, não falam muito sobre o assunto com os filhos, e acham errado que as escolas ensinem coisas sobre sexo. Um pai, que preferiu manter o anonimato, afirma: “Não quero que minha filha aprenda isso na escola, é praticamente induzir ela a pensar sobre sexo. Não falamos com ela em casa sobre isso, mas o que ela precisar perguntar, ela sabe que pode contar conosco, só não sei ainda a melhor forma de lidar com o assunto”
Para a psicóloga, a conversa em casa é o melhor remédio, lembrando que os pais que não se sentirem à vontade busquem ajuda. “Para Os pais que não sabem lidar com a situação, ou que não sabem a melhor forma de falar com os filhos, é preciso que eles busquem ajuda, que leiam, o que não dá é continuar com os olhos vendados”, finalizou a psicóloga Zoelma Lima.
Dica:
Caso os pais ou educadores tenham interesse em saber um pouco mais sobre o assunto, a socióloga recomenda o livro: Adolescência: o despertar do sexo; do autor Isami Tiba.

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