domingo, 1 de abril de 2012

Dia da Síndrome de Down: apoio da família é fundamental

O nascimento de qualquer criança no seio familiar é sempre esperado com muita expectativa, visto que os sonhos ainda não realizados pelos membros da família frequentemente são projetados para o bebê antes mesmo dele nascer. Quando a criança nasce, os pais passam pela fase de luto, entre o bebê idealizado e o bebê real. No entanto, quando a criança nasce com a Síndrome de Down, os pais têm uma “sobrecarga” maior em termos elaborativos deste período de luto e adaptação.
Hoje, 21 de março é dia Internacional da Síndrome de Down. Mas você sabe o que é essa síndrome? Ela decorre de um acidente genético que acontece em média em um a cada 800 nascimentos, aumentando a incidência em gestantes mais velhas e não escolhe raça ou grupo social. No Brasil, de acordo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), existem mais de 300 mil pessoas com Síndrome de Down. Portadores dessa síndrome apresentam, em consequência, retardo mental de leve a moderado e alguns problemas clínicos associados.
É um acontecimento natural e universal, e isso significa que a síndrome não é resultado da ação ou descuido de mãe ou pais, como muitas pessoas erroneamente acreditam, muito menos doença. É causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê. A ciência ainda não conseguiu descobrir os motivos que provocam essa alteração genética, por isso, não há como evitar.
Aceitação da família
A família constitui o primeiro universo de relações sociais da criança e pode proporcionar-lhe um ambiente de crescimento e desenvolvimento, como também, pode impedir um avanço saudável. Em se tratando das crianças com deficiência, que requerem atenção e cuidados específicos, o papel da família é de fundamental importância em todo seu processo de desenvolvimento.
A influência da família no desenvolvimento dos portadores da Síndrome se dá, primordialmente, por meio de relações estabelecidas por uma via fundam: a comunicação, tanto verbal como não verbal. É a família que apresenta o mundo externo social para a criança e, portanto, o mundo escolar será apresentado à criança via família.
De acordo com a psicóloga Fabiana Lisboa, o apoio da família é importante para o desenvolvimento da criança portadora da Síndrome de Down.
“A família é a base. E ela passa por esse momento de luto de aceitar que o filho que ele idealizou não é aquele. Porque é uma criança que vai precisar de um pouco mais de cuidados. Só que muitos não aceitam e escondem o filho da sociedade, o que interfere no desenvolvimento da criança. E se perguntam: Porque comigo?”, afirmou a psicóloga.
Fabiana falou ainda que a fase entre o luto e a aceitação não tem um tempo estimado. “É difícil porque muitos pais acham que os filhos são limitados ou até mesmo que vai passar. Mas, eles precisam entender que eles vão ser sempre portadores da síndrome e que ele não é incapaz, pelo contrario, eles não têm limites”.
Conforme a dona de casa Cleudenice da Silva, mãe da pequena Iris, 04 ela descobriu a síndrome quando a filha tinha dois meses.
“Eu notei que tinha alguma coisa diferente, foi quando aos dois meses os médicos deram o diagnóstico. Eu não entendia e só chorava. Mas consegui superar. Encontrei forças no meu marido e hoje temos uma vida normal, com uma filha linda que amamos muito”, afirmou Claudenice.
E a mãe coruja tem muito orgulho da filha e conta as superações que a cada dia ela conquista. “Ela gosta muito de dançar e não fica um minuto parada. É muito carinhosa e gosta do quarto enfeitado e a cada dia faz amizades”, disse.
Apae
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) fornece atendimento especializado de qualidade as pessoas com deficiência seja ela física, mental ou múltipla a seus familiares e à comunidade em geral, desenvolvendo ações nas áreas de saúde, educação, integração sócio-familiar e na geração de renda para os usuários.
Atualmente, a Apae atende a 900 pessoas em diversos setores. De acordo com a fisioterapeuta Clarisse dos Anjos, os profissionais trabalham para conseguir adaptar os portadores de Síndrome de Down ao meio social.
“O que para nós parece simples, como ir a uma festa e pular numa cama elástica, para eles é uma vitória. Nós trabalhamos para que eles consigam aproveitar dentro de um contexto. Porém, o pré-conceito é a própria sociedade que faz, trabalhamos isso para que essas crianças sejam um adulto consciente”, afirmou a fisioterapeuta.
O nascimento de uma criança com deficiência na família pode alterar os relacionamentos entre os membros, exigindo dos genitores e de todos os outros membros familiares uma adaptação a esta nova situação. O impacto sentido pela família é muito grande. Alguns autores afirmam que esse momento é traumático, podendo causar uma desestruturação na estabilidade familiar.
“É comum que a família fique desestruturada e muitos pais não aceitam e abandonam o lar. Temos um exemplo do Henrique, formado em história e que ministra várias palestras. Ele é mais que um exemplo de superação, é a prova que para eles a palavra limite não existe”, ressaltou.
LEI
Em 2004, o Ministério Público Federal publicou o documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
Impulsionando a inclusão educacional e social, o Decreto nº 5.296/04 regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas e critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Nesse contexto, o Programa Brasil Acessível, do Ministério das Cidades, é desenvolvido com o objetivo de promover a acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o acesso universal aos espaços públicos.
Crédito da foto: Maciel Rufino/CadaMinuto

Lei Seca: "Nova medida desestimula quem anda na Lei"

Por cinco votos a quatro, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o bafômetro e o exame de sangue são os únicos meios que podem comprovar a embriaguez ao volante. Em julgamento, que começou em fevereiro deste ano, e desde então, foi suspenso por três pedidos de vista, a medida enfraquece as campanhas de Lei Seca e desestimula os motoristas que andam na lei.
Quem bebe e dirige assume o risco de causar danos aos outros. Mas é protegido de ser enquadrar no crime porque tem o direito de não produzir provas contra si. Ou seja, ninguém é obrigado a soprar no bafômetro ou ceder sangue para exames. Vale lembrar que as medidas administrativas continuam em vigor, como é o caso da multa no valor de R$957,00
No último dia 31 de janeiro, o Senado havia aprovado um projeto de lei que prevê a tolerância zero para o álcool, ou seja, seria crime quem dirigisse após ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica no Brasil. A medida estabelecia ainda punições mais rigorosas, como o aumento no valor da multa e novos meios para comprovar a embriaguez, como testemunhas e vídeos.
De acordo a agente do núcleo de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Mariana Silveira, a medida desestimula os profissionais e os motoristas que andam na lei. “A lei infelizmente não é bem feita. Isso desanima toda a equipe que se esforça nas campanhas da Lei Seca” afirmou, mostrando ainda que muitos casos ficam impune porque o motorista se recusa a fazer o teste do bafômetro e de sangue.
Para o analista de sistemas, Rafael dos Santos, que se envolveu em um acidente no ano passado, a determinação só vai aumentar que os motoristas permaneçam impunes. “Um motorista que estava embriagado avançou o sinal vermelho e me acertou. Estava com minha mãe e ela teve que ficar hospitalizada. E eu também tive ferimentos, mas o aumenta a revolta é que quem estava errado não sofreu nada. Ele não fez o teste e ficou tudo por isso mesmo”, frisou Rafael.
Rafael disse ainda que comemorou o projeto Tolerância Zero que o Senado aprovou. “Fiquei muito satisfeito, porque quem toma um copo de cerveja ou uma taça de vinho, já não fica normal. Quem já passou pelo que passei, sabe a minha revolta. Quem bebe assume o risco sim de causar acidentes. É tão simples a pessoa pegar um táxi”, afirmou Rafael.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Conheça a história de um super pai, sinônimo de amor e abdicação

Bom dia gente! Essa foi a matéria que fiz para o dia dos pais para o site cadaminuto. Super adorei fazer, além de ter chorando litros! Espero que vocês gostem!

Em meio ao piso simples, vários portões e poucos móveis, moram Carlos Antônio e Luana, pai e filha. No momento em que a reportagem do CadaMinuto chegou à casa de número 187, na Avenida Rotary, o Pai, que também faz as vezes de mãe, estava dando banho em Lua e pediu para que nós esperássemos.
A reportagem acompanhou o “super herói” arrumando sua filha antes de ir ao trabalho e, em meio ao simples passar de escova no cabelo de Luana, ele contou um pouco da história de superação e abdicação que vive diariamente ao se entregar de corpo e alma à criação da menina, que precisa de assistência 24 horas por dia.
No dia 08 de fevereiro de 2002 veio ao mundo uma menina linda, que por uma fatalidade nasceu com


retardo mental. Luana Kallyne Gomes foi uma vencedora durante os 12 dias em que ficou hospitalizada na UTI, ela sobreviveu. Porém, a luta da pequena Lua estava apenas começando. Logo nos primeiros meses de vida ela foi abandonada pela mãe, ficando apenas sob os cuidados do pai.
No começo, Carlos não entendeu muito bem o que era ser pai, principalmente por ter que cuidar de um ser especial. Esse “Pai-mãe” teve que pedir demissão do trabalho por não conseguir dar assistência à Lua que precisa de toda a sua atenção. Os dias foram se passando e as dificuldades começaram a aparecer. Pai solteiro e sem emprego, ele se perguntou o que fazer?
Esse “super herói” encontrou uma luz no fim do túnel. “Em nenhum momento pensei em abandonar minha filha, pelo contrário, sempre fiz e sempre vou fazer tudo por ela. Só Deus para me dar forças para que eu aguente o dia a dia, que não é fácil”, disse Carlos emocionado.
A pequena Luana ainda não consegue tomar banho ou sair sozinha, mas com a ajuda do pai, já consegue pronunciar algumas palavras e anda por toda a casa, motivo de orgulho de Carlos. Essa família vive com um salário mínimo, concedido pelo INSS devido à deficiência de Luana. Mas as despesas com uma criança especial ultrapassam esse valor. Por isso Carlos trabalha como autônomo e atua como despachante de documentos de algumas construtoras e em todas as suas viagens Luana o acompanha.
“Tem meses que ainda consigo tirar R$ 200 a mais, mas tem meses que passamos mesmo só com a ajuda da Luana. Toda secretaria que visito, a Lua vai comigo. Não tenho com quem deixar, o único jeito é levar ela comigo”, desabafou Carlos.
A reportagem acompanhou um dia de trabalho do super “Pai-mãe” e a rotina de Luana também. Eles pegam o ônibus e Carlos sempre colado em Luana, e muitas vezes quando só tem um acento vago fica para a criança. E começa a luta: eles percorrem a pé várias empresas. Luana faz questão de ajudar.
“Ela hoje ainda tenta me ajudar levando o protocolo e pede para que as pessoas assinem. É claro que ela pede do jeito dela e os companheiros já entendem”, disse Carlos para mostrar o quanto ela é conhecida e querida por onde passa.
Após a pausa para o almoço, o “Pai-mãe” leva a pequena Luana para a escola da Pestalozzi e ele retorna para a rotina árdua de trabalho para que a renda no fim do mês aumente. Na escola, Lua é muito carismática com todos. Às 17 horas Carlos volta para pegar a filha e enfim retornam para a casa.
“Luana não para um segundo. Ela gosta muito de brinquedos específicos de encaixe. Mas uma coisa que consegue prender a atenção dela são as músicas de louvor. Sempre vamos à igreja para agradecer tudo de maravilhoso que Deus nos deu. Não é por causa das limitações que nós temos que reclamar da vida, pelo contrário, temos que agradecer porque Deus é maravilhoso”, desabafou Carlos.
Ele conta ainda que depois do sumiço da mãe de Luana teve dois relacionamentos, mas nada que fosse duradouro. “Mulher eu encontro em cada esquina. Preciso de uma companheira, que possa estar comigo nessa luta e acima de tudo, aceitar minha filha como ela é”, disse emocionado.
Sem energia
Em meio à conversa, é possível que essas não são as únicas lutas enfrentadas pela família. Em junho do ano passado, mais precisamente no dia da estreia do Brasil na Copa do Mundo, a casa de 187 da Avenida Rotary, fica sem energia. Mas não foi por um blecaute, e sim por uma dívida que beirava R$ 7 mil. Como não tinham a quantia, a casa ficou seis meses à luz de vela. Contudo, a família não perdeu o brilho.
“Foi um momento muito difícil. Imaginem o que é ficar seis meses sem energia e com uma criança especial? Mas Deus é maravilhoso, eu deixava comida na casa dos vizinhos, em uma caixa térmica em casa e assim consegui superar. Fiz um acordo com a companhia de energia, mas mesmo assim a dívida ficou pesada, R$4.800 a ser paga impreterivelmente no dia 29 de dezembro. E eu consegui, com a ajuda de amigos e de Deus”, disse Carlos.
Carlos ainda consegue ter um momento para ele. “Aos sábados gosto de jogar bola com meus amigos, mas não levo Lua comigo acho muito arriscado, uma bola bater nela, e também não gosto de deixar ela em um ambiente só com homem. Aí recorro à minha tia, deixo Luana com ela”, disse.
Por sua história de superação, esse “pai-mãe” ganhou um diploma da Comenda Gerônimo Siqueira, o Gerônimo da Adefal, pelos relevantes serviços prestados não apenas a sua filha, mas para toda a comunidade da Adefal.
Esse “super herói” é um exemplo, sem dúvida, de superação, de renúncia, que viveu e vive diariamente na criação da menina-bebê, que precisa de carinho e assistência 24 horas por dia. Na casa de número 187 na Avenida Rotary mora uma família feliz, moram o “Pai-mãe” Carlos Antônio e Luana Kallyne, uma criança mais do que especial.

Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=NA6kO0jTrgA


Fotos e texto: Michelle Farias.
Edição: Ygor Rodrigues

sábado, 13 de agosto de 2011

Você sabe o que é apnéia do sono?

Dormir ao lado de alguém que ronca não é tarefa fácil. Pesquisas indicam que no Brasil 30% dos homens têm esse problema contra 10% das mulheres. Mas, muitas vezes quem sofre com esse distúrbio, sofre sem saber. Porém, o ronco pode indicar uma doença ainda mais grave: a apneia do sono, que provoca pequenas e constantes paradas respiratórias ao longo da noite.
O distúrbio da apneia do sono, também faz o cérebro forçar a pessoa a respirar. De acordo com o cardiologista Kleber Oliveira, muitos indivíduos sofrem com flacidez nos músculos da faringe e, quando deitam, o palato mole vai para trás e obstrui ainda a passagem do ar.
“O risco da apneia do sono aumenta quando as pessoas estão acima do peso, o que aumenta o risco de infarto. Esses problemas são mais incidentes nos homens e os sintomas aumentam, quando estão associados ao consumo de bebidas alcoólicas e com o cansaço, pois há um relaxamento maior do músculo da garganta”, disse o cardiologista.
Para diagnosticar a doença é realizado um exame de polissonografia, que grava e monitora o sono. “Muitas vezes as pessoas roncam e pensam logo: é apneia do sono, mas outras doenças podem estar ligadas ao sono, como o bruxismo, que é tratado pelo fonoaudiólogo”, relatou Kleber Oliveira.
Para a neurologista e especialista em sono Lívia Gitaí, A síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é mais frequente em homens, obesos, idade acima de 65 anos e mulheres após a menopausa. “O ronco e a sonolência diurna excessiva são os principais sinais, mas em mulheres, é comum manifestar-se como insônia” afirmou a especialista.
Tratamentos
De acordo com Lívia Gitaí os tratamentos para a doença dependem das características de cada paciente e da gravidade da síndrome.  “O principal tratamento é dormir usando um aparelho chamado CPAP (continuous positive airway pressure) que, através de uma máscara nasal, faz com que o ar respirado não permita a obstrução das vias aéreas que geram a apnéia. Em alguns casos de doença leve ou moderada podem ser úteis aparelhos intra-orais e, em poucos casos, pode ser útil a realização de cirurgia”, disse a especialista.
Riscos
A SAOS aumenta o risco de acidentes de tráfego  e de trabalho, aumenta o risco de doenças cardiovasculares (hipertensão arterial sistêmica, infarto agudo do miocárdio,  angina do peito, arritmias, morte súbita), acidente vascular encefálico ("derrame"), refluxo gastro-esofágico.
Deitar de lado, em geral, ajuda a melhorar a apneia. Porém, é preciso redobrar a atenção quando se dorme de barriga para cima, porque favorece a obstrução do ar.
Casos
O funcionário público Manoel de Carvalho já passou por vários momentos desagradáveis enquanto dormia. Ele conta que perdeu as contas de quantas vezes acordou com o próprio ronco.
“Eu não só me acordo com o barulho do ronco. Já sofri e muito com engasgo, no meio da madrugada, de procurar o ar e não encontrar. Pensei que iria morrer. É um incomodo, não só para minha esposa que está ao meu lado, mas também para as minhas filhas, que acordam assustadas com todo o barulho que faço.”, lembrou Carvalho.
O engenheiro Ygor Rodrigues, também tem problemas com o ronco. “Perdi as contas de quantas vezes me acordo no meio da noite com meu próprio ronco. E se eu mesmo acordo, imagina o incômodo que não deve ser para quem mora comigo. Não sofro apenas com o ronco, mas falo bastante a noite e não me lembro de nada depois”, disse o engenheiro.
 A empresária Josiane Almeida diz que relutou para procurar um especialista. “Eu não acreditava quando o meu marido dizia que eu roncava, e que percebia que eu parava de respirar. Achava impossível parar de respirar e estar viva, até o momento que sofri um forte engasgo e fui às presas para o hospital. E foi diagnosticada a doença. Hoje eu ronco, mas bem menos, mudei minha alimentação, faço exercícios físicos”, revelou a empresária.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sexóloga alagoana alerta: “Os pais devem falar sobre sexo com os seus filhos”

A adolescência chega e muitas vezes com ela vêm as primeiras experiências sexuais. Nem todo mundo sabe, porém, que o despertar da sexualidade não tem a ver com a genitalidade, que é comum nesta fase da vida. Quando o ser humano nasce, já começa a desenvolver sua própria sexualidade.
Contudo, a sociedade erotizou o sexo, incentivando maciçamente sua prática e com isso, as crianças perdem o seu referencial. Muitas pessoas, por ignorância, acreditam que no sexo há um risco constante de contrair doenças e gravidez indesejadas. Mas, se esse assunto for tratado de maneira aberta em casa, pais e filhos podem ter um relacionamento melhor e com mais confiança.
Para a psicóloga Zoelma Lima, hoje em dia os jovens estão se interessando mais cedo por sexo, não só pela influência da mídia, mas por vários outros motivos. “É da natureza do homem se interessar por sexo. Mas, a criança desde pequena pode aprender a lidar com isso em casa, com os pais orientando. No futuro, elas se sentirão mais seguros para tirar qualquer dúvida com os pais”, afirmou a socióloga.
Zoelma conta ainda, que a sexualidade precisa ser ensinada na escola, porque as crianças têm que aprender a cuidar do próprio corpo. “Quando a criança aprende a cuidar do corpo ela também aprende a se defender de abusos, da pedofilia. Ela não deixa que ninguém a toque. Então, é preciso que os pais tirem as máscaras e percebam que estamos no século XXI. Não dá mais para o pai fingir que não sabe que o filho pratica sexo e o filho que os pais não sabem”, relata Zoelma.
Ela lembra ainda, que os jovens não querem apenas falar sobre as doenças sexualmente transmissíveis, ou do uso da camisinha. “Os jovens querem falar do mor, do afeto, e nada melhor que eles falem sobre isso em casa. Os adolescentes estão mais precoces e a mídia de certa maneira influencia, mas os jovens precisam saber o que é o sexo, nada melhor que eles aprendam no convívio dos pais”.
Família
A empresária Solange Gomes, mãe de Gabriel, 12, conta que desde cedo começou a falar sobre o assunto com o filho. “Desde cedo eu comecei explicando para ele que a mulher é diferente do homem. Acredito que as escolas poderiam não apenas falar sobre as doenças, mas explicar. Porém, há muitos pais com a cabeça fechada, e por isso os filhos são pais cedo, se envolvem com drogas, porque não há conversa”, disse a empresária
Já os pais Lucas e Gabriela, não falam muito sobre o assunto com os filhos, e acham errado que as escolas ensinem coisas sobre sexo. Um pai, que preferiu manter o anonimato, afirma: “Não quero que minha filha aprenda isso na escola, é praticamente induzir ela a pensar sobre sexo. Não falamos com ela em casa sobre isso, mas o que ela precisar perguntar, ela sabe que pode contar conosco, só não sei ainda a melhor forma de lidar com o assunto”
Para a psicóloga, a conversa em casa é o melhor remédio, lembrando que os pais que não se sentirem à vontade busquem ajuda. “Para Os pais que não sabem lidar com a situação, ou que não sabem a melhor forma de falar com os filhos, é preciso que eles busquem ajuda, que leiam, o que não dá é continuar com os olhos vendados”, finalizou a psicóloga Zoelma Lima.
Dica:
Caso os pais ou educadores tenham interesse em saber um pouco mais sobre o assunto, a socióloga recomenda o livro: Adolescência: o despertar do sexo; do autor Isami Tiba.

Gastos com salão de beleza já fazem parte do orçamento das alagoanas

Gastos com beleza passaram a fazer parte da lista de despesas fixas de todas as classes sociais. Manter uma boa aparência não é tarefa fácil nem barata. Muitas mulheres chegam a gastar metade da renda indo a clínicas de estética, manicure, pedicure, depilação, cabeleireiro e academia.
A lista inclui ainda as tentadoras visitas a lojas de roupas, acessórios e produtos de beleza.
Já é da natureza das mulheres gastar com serviços e produtos de moda e beleza. Mas, é preciso ter consciência de que aquilo é realmente importante e não vai comprometer o orçamento no fim do mês. Especialistas mostram que o ideal seria que os gastos não ultrapassassem 10% do salário. O Cadaminuto procurou saber das alagoanas como estão os cuidados com a aparência e se elas já incluem no orçamento esses gastos.
A empresária Elaine Rafaela revela que já deixa uma parte da sua renda mensal separada para os gastos com salão de beleza. “Confesso que toda semana preciso ir ao salão arrumar os cabelos e as unhas. Mas perco o controle quando o assunto é maquiagem”, disse Rafela que afirma ainda ter pelo menos quatro pós compactos lacrados.
A bióloga marinha Amanda Nunes afirma que gasta cerca de 40% do seu salário só com o cabelo. “Mulher gasta muito com salão, como não sou muito ligada à maquiagem, compenso com o cabelo. Gasto quase metade do meu salário só com ele”, relatou.
Já a jornalista Gabriela Sales diz que gastou tanto com cosméticos que ficou um mês inteiro sem salário. “Compro bastante e sou fascinada por novidades. Não resisto a um batom novo ou a um lançamento de uma base. Tem cosméticos que compro e nem uso, tenho vários blushes, batons, bases lacrados. Para ter ideia nunca terminei um blush”, afirmou.
Ela conta ainda que sua paixão por maquiagem surgiu desde menina. “Sempre fui apaixonada por maquiagem. Tanto que hoje trabalho com isso, tenho um blog de moda e grande parte dos meus gastos são para ele”, colocou Gabriela confessando que gasta mais do que deveria.
Especialista
Para o economista Moacyr Silva, a maioria das pessoas não se dá conta que está gastando além da conta. “Como é da natureza da mulher gastar para manter a beleza, elas não percebem os gastos excessivos. Toda regra tem exceção, de maneira geral, as mulheres gastam mais do que deveriam com salão de beleza e cosméticos”, afirmou. Porém, ele explica que com um certo controle é possível continuar gastando sem comprometer a renda mensal. Basta apenas controle os gastos na ponta do lápis.
“Para não comprometer a renda e ir parar no cheque especial, com uma regra simples, você se livra de ficar todo mês no vermelho. Se você colocar os gastos na ponta do lápis, com uma planilha, e ver suas necessidades principais evita isso. Mas é importante não comprometer mais que 10% da renda com o salão de beleza”, enfatizou o economista Moacyr Silva.
 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

“Estamos passando fome”, afirmam artesãos do Guerreiros de Maceió

Depois de verem sua vendas caírem cerca de 95%, os artesãos do Espaço Guerreiros de Maceió já pensam em fechar as barracas e tentar outro meio de sobrevivência. Com a mudança do Jaraguá para o espaço cedido pela prefeitura na Praça Sinimbú, os artesãos reclamam que investiram mais de 70 mil para deixar a nova estrutura pronta e não estão tendo retorno, além das empresas de turismo não levarem o turista para conhecer o artesanato, por conta dos manifestantes do Movimento Sem Terra, que estão há quase três meses acampados ao lado do espaço.
Os artesãos reclamam que, desde o incêndio ocorrido no antigo Cheiro da Terra em dezembro de 2005, a maioria ainda não conseguiu se recuperar totalmente dos prejuízos. “Nós perdemos tudo, foi muito dinheiro que investimos. Quando estávamos no Cheiro da Terra, a visibilidade era maior, os turistas sempre estavam lá, sem falar no pessoal da terra que sempre marcava presença”, frisou a presidente da Associação dos Guerreiros de Maceió, Margarida da Silva.
Outra reivindicação é que as empresas de turismo, não estão mais trazendo os turistas para conhecer o artesanato local. Alguns alegam que a vista não agrada, principalmente, pelo fato de que os artesãos estão dividindo espaço da Praça Sinimbu com o Movimento dos Sem Terra (MST).
“Tem mais de dois meses que os Sem Terra estão acampados na Praça. Esse filme já é velho eles vão e voltam, entra e sai mandato e ninguém consegue resolver o problema. Muitos artesãos não têm nem a passagem para voltar para casa, ficam pedindo a um e a outro. Mendigando o próprio sustento”, desabafa a vice presidente da Associação dos Guerreiros de Maceió, Aparecida Rossato.
A categoria reclama que falta “boa vontade” do poder público para que um local adequado seja encontrado para a comercialização do artesanato.
“Esse não é o melhor local para o nosso artesanato. Não é brincadeira, estamos passando fome e ninguém olha por nós. Deveriam valorizar o que é da terra”, frisou Aparecida Rossato.
Resposta
De acordo com o secretário de Articulação Políticia da Prefeitura de Maceió, Pedro Alves, os artesãos foram despejados pelo Ministério Público Federal, que entendeu que a área de Orla de Maceió, pertence à União, e que a prefeitura não pode fazer nada para contornar o impasse.
O secretário falou ainda que a Praça Sinimbú não é local definitivo, mas é o que foi possível para alocar os artesãos. Como a Praça é um local público, seria necessário entrar com um processo de licitação para que o espaço fosse de direito deles, mas não é possível, uma vez que teria que abrir espaço para todos.
O Instituto do Patrimônio Histórico de Alagoas (IPHAN) apresentou um projeto arquitetônico à Prefeitura de Maceió para que os artesãos fossem encaminhados aos galpões de Jaraguá, mas até o momento foi apenas uma conversa e não tem nada acordado.
Para o superintende da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU), Galvaci de Assis, os artesãos precisam ainda pagar uma taxa de pagamento do uso do solo, no valor de R$30,00 a ser recolhido à SMCCU.
Segundo Galvaci de Assis, todo o ambulante e comerciante que utiliza o espaço público, precisa fazer o pagamento mensalmente. “Desde o rapaz que vende pipoca às tapioqueiras na Orla, precisam pagar essa taxa, e inclusive tem oito barracas do Guerreiros de Maceió que dentro de alguns dias serão lacradas por não pagar essa taxa”, finaliza Galvaci.